Questões de conservação preventiva debatidas na Conferência Internacional de Madrid de 1934 e sua influência no projeto de ampliação do Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa (1935-1945)
Resumo
A Conferência Internacional de Museus que teve lugar em Madrid, em 1934, representou um marco decisivo na afirmação do museu moderno desejado para o século XX. Ali se trataram, pela voz dos mais conceituados especialistas internacionais, múltiplas problemáticas relacionadas com a museografia e com a arquitetura de museus. Neste estudo, colocamos o enfoque nas questões ligadas ao âmbito da conservação preventiva, cujo termo apenas seria formalmente estabelecido, em 1978, por Garry Thomson. Integrar a Conferência de Madrid na perspetiva histórica da conservação preventiva é um dos contributos deste trabalho, bem como avaliar, através de documentação arquivística, os seus efeitos sobre o projeto de ampliação do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, então em elaboração. Instalado num palácio seiscentista, o histórico museu que o seu diretor desejava moderno, tornou-se num importante caso de estudo para a museologia, museografia e arquitetura museal da época, com repercussões internacionais.
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