La entrevista como herramienta de conservación de arte contemporáneo: artista versus conservador-restaurador
Resumo
A conservação e restauro de arte contemporânea tem-se revelado complexa. Por vezes, a análise e o estudo material não são suficientes para solucionar as questões de conservação associadas aos objetos. A intenção do artista e os motivos que o levaram a selecionar determinados materiais e técnicas de execução podem ser dadas a conhecer ao conservador-restaurador pelo próprio autor da obra em investigação. Este conhecimento pode ser obtido através da entrevista, sendo esta considerada, em pleno século XXI, o primeiro passo do processo de documentação de uma obra (Beerkens, et al, 2012). Conscientes desta importância realizaram-se entrevistas a seis artistas com diferentes campos de atuação: escultura em gesso e cerâmica; azulejo; pintura de cavalete figurativa sobre madeira e tela; pintura de cavalete monocromática e hiper-realista; instalações efémeras compostas por elementos naturalistas, design gráfico sobre papel. Foram, no mesmo período, realizadas entrevistas a seis conservadores-restauradores, um de cada uma das áreas de especialidade. O objetivo deste estudo foi confrontar os resultados entre os artistas e os conservadores-restauradores entrevistados e comparar e confrontar os pontos de vista de cada profissional em relação aos materiais, envelhecimento e degradação das obras, às intervenções de conservação e restauro, entre outros. Apesar de algumas diferenças, evidentes e com sentido, constatou-se que, na sua maioria, quer para os conservadores-restauradores, quer para os artistas, apesar dos trabalhos serem realizados de modo distinto, os objetivos permanecem os mesmos: a conservação futura da obra.
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